segunda-feira, maio 28, 2007

Um mundo todo vivo...

O pior de quando se termina uma relação?
É pegar todos os planos e jogar no lixo.
Dá uma sensação horrível de tempo perdido...
O melhor de quando se termina uma relação?
É sentir esta liberdade que a gente pensava que tinha quando estava apaixonado.
Sair no meio da rua de coração aberto é outra coisa.
Já havia desacostumado a isso.
Havia me esquecido de como sou atraente e de como os homens me olham (apesar das paranóias que eu tenho com meu corpo).
Surge a dúvida: eles não me olhavam, pois eu estava fechada? Ou será que me olhavam, como sempre fizeram, mas, desta vez, aberta, eu consigo enxergá-los?
Delícia!!! Olhar e sentir um olhar de volta...
É como se este olhar fosse uma pequena prova de que estou viva, que tenho calor...
Que eu e este mundo estamos conectados e que ele responde às minhas ações.
Tão bom sentir-se livre... Isso nos lembra de sentirmos que estamos realmente vivos e num mundo tão ou mais vivo quanto nós mesmos.
Que esse mundo, por ser vivo, responde a nós dialéticamente através de ações e atitudes, posturas, crenças, ideologias e saberes.
Na mesma medida que eu o percebo, ele me percebe.
Esse mundo todo vivo, ele me percebe também.
Esse mundo ele é vivo pois tem vontade própria, tem livre arbítrio!
As conseqüências de nossas ações só aparecem depois de passar pelo mundo, que também é todo vivo, tem vontade própria e também tem seus caprichos.
E entre olhares, pequenos gestos, discursos sem nexo, lógicas questionáveis, ele funciona hermeticamente aberto a interpretações das mais diversas.
“É que um mundo todo vivo, tem a força de um inferno" e eu quero comê-lo crú!

7 comentários:

Renatinha disse...

Uaaau! Tb quero comer cru, assim como o peixe do sushi. Esse teu mundinho que eu amo. Saudade grande, minha amiga. E agora estamos juntas de novo na mesma liberdade verdadeira =*

Juliana Spindola disse...

"O pior de quando se termina uma relação?
É pegar todos os planos e jogar no lixo.
Dá uma sensação horrível de tempo perdido..."
Foda isso. Dá uma impressão de pegar um papel, amassar, fazer uma bolinha e jogar no fundo do cesto...

Juliana Spindola disse...

"Olhar e sentir um olhar de volta..."
Comentário Lacaniano: Ah como é bom gozar da pulsão escópica...
rs..

Juliana Spindola disse...

"Sorria, você está sendo filmado! Quinet propõe considerar como cogito de nossa sociedade escópica “sou visto logo existo”, em lugar do cogito cartesiano “penso logo existo”."

Fonte:
http://www.gradiva.com.br/regina.htm

Juliana Spindola disse...

"O autor aponta para o rompimento da psicanálise com a tradição filosófica ao diferenciar o olhar e a visão. O olhar destacado por Lacan é considerado como objeto da pulsão escópica, descrita por Freud como impulso a ver e a ser visto, aliado ao campo do prazer e do desejo."

Fonte: Idem

P.S.: Eu sei que eu te mostrei essa frase no MSN, mas colarei aqui também, talvez para saciar a minha pulsão escópica e desejar que outros também vejam. ;)

Juliana Spindola disse...

Responderei aqui no seu, para ficar mais divertido e dar mais um trabalho àquele que queria acompanhar o diálogo (pulsão escópica ON!).
Medo, Perlitz! Medo! Sai dessa e abra uma Skol. O campo das possibilidades é vasto por demais e está ai pra nos engolir. Se correr o bicho pega e se ficar, certamente ele te come (realizando ai uma satisfação da pulsão oral, ou não).
O livre-arbítrio fica sempre, emtoda parte e todo lugar (com redundância e tudo, pra dar mais ênfase). Se ficas, é pelo arbítrio, é, portanto, também uma escolha.
"It's repetition,
I'm coming back to you.
Repetition,
The only thing I can do."
(Information Society)
Sempre repetimos quando nos satisfaz, Baby. Conscientmente ou não.
Não está na hora da mocinha se implicar?

Eduardo disse...

Vamos deixar a chuva cair e nos molhar cantando e dançando feito crianças pepel...
Aceita o convite pra próxima música?