segunda-feira, maio 28, 2007

Um mundo todo vivo...

O pior de quando se termina uma relação?
É pegar todos os planos e jogar no lixo.
Dá uma sensação horrível de tempo perdido...
O melhor de quando se termina uma relação?
É sentir esta liberdade que a gente pensava que tinha quando estava apaixonado.
Sair no meio da rua de coração aberto é outra coisa.
Já havia desacostumado a isso.
Havia me esquecido de como sou atraente e de como os homens me olham (apesar das paranóias que eu tenho com meu corpo).
Surge a dúvida: eles não me olhavam, pois eu estava fechada? Ou será que me olhavam, como sempre fizeram, mas, desta vez, aberta, eu consigo enxergá-los?
Delícia!!! Olhar e sentir um olhar de volta...
É como se este olhar fosse uma pequena prova de que estou viva, que tenho calor...
Que eu e este mundo estamos conectados e que ele responde às minhas ações.
Tão bom sentir-se livre... Isso nos lembra de sentirmos que estamos realmente vivos e num mundo tão ou mais vivo quanto nós mesmos.
Que esse mundo, por ser vivo, responde a nós dialéticamente através de ações e atitudes, posturas, crenças, ideologias e saberes.
Na mesma medida que eu o percebo, ele me percebe.
Esse mundo todo vivo, ele me percebe também.
Esse mundo ele é vivo pois tem vontade própria, tem livre arbítrio!
As conseqüências de nossas ações só aparecem depois de passar pelo mundo, que também é todo vivo, tem vontade própria e também tem seus caprichos.
E entre olhares, pequenos gestos, discursos sem nexo, lógicas questionáveis, ele funciona hermeticamente aberto a interpretações das mais diversas.
“É que um mundo todo vivo, tem a força de um inferno" e eu quero comê-lo crú!